terça-feira, 12 de maio de 2015

Ser feliz..

Parece tão clichê essas mensagens, mas as vezes simplesmente aparecem quando você mais precisa ouvir! 


domingo, 10 de maio de 2015

Eu tenho síndrome do pânico moço!

Não pode ser! Eu pisco meus olhos repetidas vezes, esperando que o ato de abrir e fechar os olhos rapidamente me tragam de volta a realidade, e o que estou vivendo novamente agora simplesmente suma como uma lembrança. Mas não adianta, porque eu conheço tão bem essa dor que reconheceria ela até se visse em outra pessoa. Esse medo que me invade e essas lágrimas que escorrem de forma descontrolada só provam que por mais que eu tente fugir a dor voltou e voltou para me mostrar que eu sempre serei fraca e ele sempre será maior. As pessoas dizem: “Tu não precisa ter vergonha por ter passado mal num lugar público, isso acontece com todo mundo”, mas o que elas não sabem é que meu passar mal envolve muito mais do que sintomas físicos. Há três dias eu tive uma crise de síndrome do pânico no shopping e desde lá a ansiedade, as lagrimas e a tristeza voltaram a se fazer presente no meu eu.

-Eu tenho síndrome do pânico moço! Foram palavras que eu disse para tentar tranquilizar as pessoas que estavam ao meu redor tentando de alguma forma me acudir, recebi muitas respostas do tipo “Fique calma, você não vai morrer isso é apenas uma sensação passageira”. Eu não morri. Não morri o ano passado e não morri esse ano. A síndrome do pânico de fato não mata ninguém, quando cheguei ao ambulatório meus sinais vitais estavam estáveis, mas o que ninguém sabia é que dentro de mim morria a esperança, a esperança de estar livre dessa dor, mas ela é maior que eu, e fez questão de me mostrar isso. Em questão de 30 minutos, que foi o tempo que levou para alguém ir me buscar, foi o tempo que bastou para eu relembrar tudo que vivi o ano passado, foi o tempo necessário para eu entender que mesmo que o tempo passe e a doença pareça estar controlada ela sempre vai fazer parte de mim e ela sempre vai ter esse poder devastador dentro de mim!


quarta-feira, 6 de maio de 2015

ALGO QUE NÃO SEI O QUE É

Fico ali, rodeado de barulhos e conversas cotidianas, mas me sentindo invisível.
Sentado na estação do ônibus, ignorando todos os veículos que param e querem me levar para algum lugar, só fico pensando naquele que talvez nunca virá. Já encontrei e me despedi de vários rostos que tiveram a sorte de a condução estar ali somente por eles. Em alguns momentos do dia leio um best-seller, em outros reflito sobre a minha vida, mas na maioria das vezes penso. Penso em desistir e pegar o primeiro ônibus que parar e esquecer todo o tempo que estive esperando um Godot que nunca virá. O pior é que no momento em que estou quase certo de tomar a decisão vem aquela sensação... a mesma que você, leitor, já deve ter experimentado: “não, e se o ônibus que estou esperando já está chegando e eu, por ignorância, pegar um qualquer?”.
Pronto.
Desisto da ideia e volto a me sentar. Vejo o tempo na maior parte das vezes nublado; alguns raros momentos sinto o sol em meu rosto. Eu nunca durmo. Sonho todos os dias. Vejo várias pessoas partindo felizes com a chegada do ônibus, outras voltando tristes por não ser o que pensavam. Com algumas eu converso. Conversa cotidiana mesmo, nada muito elaborado. Na verdade, é sobre o tempo. Quer dizer, é a única coisa que realmente conheço. Eles perguntam: “E esse tempo maluco?”, e eu respondo: “Pois é, algumas vezes estamos no passado, esperando um futuro e esquecendo do que somos agora, coisa maluca mesmo”. Então rimos.
Pausa.
Ela parte e eu fico. Não gosto de perguntar nomes, pois sei que sentirei mais saudade, então prefiro nunca chegar ao assunto – para onde você está indo? Todos sabem para onde vão; eu não. Talvez, eu saiba. Só tenho medo de criar expectativas nas pessoas e isso me decepcionar. Prefiro esquecer a pergunta com um sorriso e me silenciar, escutar o som da natureza e de carros passando. Pessoas mudas e celulares tocando.
Penso.
Cadê? Já era para estar aqui. Crio ansiedade. Desespero-me. Ignoro tudo que vivi e só penso em como serei feliz quando eu conseguir. Mas serei mesmo? Às vezes, sinto que é uma forma de desviar a atenção do vazio que sinto. Do ser incompleto que sou. Acalmo-me. Tudo é tão natural. Vivo em ciclo. Sou interrompido pela chegada de um ônibus. Vejo a placa. Mais uma vez não é o meu. Ouço um “até logo”. Estou sozinho esperando. Tento dormir, mesmo sabendo que será impossível.
Meu ciclo.

Thiago Banik, escritor do blog: http://www.esperandonoponto.com.br/