quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Expectativas

Hoje em dias as redes sociais anunciam que criar expectativas é o mesmo que criar uma decepção, avisam claramente você será eternamente frustrado pelas expectativas que crias. Fiquei pensando então em um mundo sem expectativas, onde as pessoas não passem por situações de espera, nem probabilidades diferentes em uma mesma situação. Ao imaginar uma vida assim logo percebi que expectativa é o que dá emoção à vida! Que graça teria começar se você já soubesse o final? Como seria a vida dos apaixonados sem o frio na barriga e a espera do telefonema? Seria mesmo possível alguém não querer sentir o gostinho da espera com um sorriso no rosto e o coração acelerado?
Talvez quem alimente a ideia de expectativa como decepção não lembre que frustrações são partes importantes da vida, e dar errado às vezes também faz parte do processo da vitória, além do mais, não precisamos vencer sempre, não precisamos acertar sempre. Vivemos em um mundo onde a felicidade é cobrada em tempo integral, mas cá entre nós, quem está feliz o tempo todo? Será que é mesmo feliz aquele que nunca experimentou da tristeza?

Já fui muito decepcionada por expectativas que criei, me iludi com situações que só existiram dentro da minha cabeça e do meu coração, cheguei a pensar que talvez as expectativas estivessem acabando com a minha esperança, mas então avaliando cada experiência percebi que sem as expectativas eu não teria me frustrado, mas também não teria pensando e provavelmente não teria vivido, pois para cada frustração percebi que havia muito mais de satisfação, porém algumas vezes dei mais importância para o que não deu certo, do que para os acertos. Talvez porque a dor, o erro, a frustração deixe uma marca maior do que a da felicidade, do acerto e da satisfação. Então percebi que eu estava olhando o lado errado de cada experiência, sendo assim, fico feliz de criar expectativas, pois elas nada mais são do que planos que se deseja, e que provavelmente serão realizados, e se não forem, valeu a tentativa, muito melhor se arrepender daquilo que fez do que ficar pensando em como poderia ter sido.  

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Então para!

Essa história de ter medo de SOFRER não te faz alguém com mais chances de ser FELIZ. Não dá para prever como vai ser o fim sem viver o começo. Essa vida é curta demais para você ficar pensando no "amanhã eu vejo o que fazer", "depois eu respondo", "hoje eu não quero", ou pior, esta vida é terrivelmente curta para brincar de coisas do tipo "vou esperar fulano se esforçar mais para saber até onde ele pode ir" como se você tivesse o DIREITO de brincar com alguém, e mais, como se você fosse alguém SUPERIOR a outro alguém a ponto de desejar ter nas mãos o controle de OUTRO ALGUÉM.
Escuta aqui, se você não fizer nada, outras pessoas farão por você. Se você não der um jeito de mostrar que gosta, outras mostrarão, se você não beijar de verdade, outras beijarão, se você não TRANSAR com vontade, outros transarão, se você continuar esperando outras pessoas não esperarão e farão tudo que você não fez, tomarão seu lugar, serão melhores que você.
Você não é insubstituível. Você está longe de ser alguém que ninguém possa ser melhor aqui ou ali. Você ERRA ao pensar que só deve ACERTAR. Você deixa de ser FELIZ ao pensar que DEVEM TE FAZER FELIZ. Você não é o MUNDO, você faz parte dele. Você não é o TUDO, é parte do TODO. Você não está isento de alguém chegar e te falar: "EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ!"
Então para de querer ter o controle da sua vida.
Para de querer saber como as coisas vão acontecer. Para de querer entender os porquês. Para de esperar que te façam algo. Para de se colocar num lugar que você NÃO ESTÁ. Para de se fazer SUPERIOR à outras pessoas.
Você já pensou que talvez já tenha passado da hora de você parar de pensar? E nem que não possa fazer nada, mas que talvez possa começar a deixar que façam alguma coisa por você?

Márcio Rodrigues autor do blog e livro: Um Travesseiro para Dois.
www.umtravesseiroparadois.com.br


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Lembranças

Lembranças são um conjunto de memórias, que ficam guardadas em nossa mente e em nosso coração, são pedaços de vida que carregam algum significado. Tem momentos na vida que somos inundados por uma onda de lembranças, seja ao ouvirmos uma música, ao sentir um cheiro, a entrarmos em algum lugar. E foi assim que me senti hoje ao voltar na casa da praia que passei os verões da minha infância.
O calor percorria meu corpo por estar de baixo do sol, mas eu simplesmente fiquei parada observando, e como um filme eu podia ver e ouvir um pouco de tudo que vivi nesse lugar. Me vi uma menina sorridente e feliz, vi meus primos e meus tios. De certa forma, por alguns instantes eu revivi momentos que já pensava haver esquecido, mas estava tudo guardado. Um sorriso brotou em meus lábios, assim como uma lágrima escorreu pelo meu rosto, a onda de lembranças trouxe junto uma onda de sentimentos.
Percebi que o tempo passou rápido demais e deixou para trás coisas que eu julgava importantes, como a convivência com a família, a amizade e cumplicidade com a minha prima, que foi por muito tempo foi minha parceira e amiga. Fiquei pensando em que momento deixamos de compartilhar os sorrisos e o que me ocupou tanto que não percebi o quanto sentia falta disso.

Ao entrar na casa me deparei com um ambiente diferente, móveis novos substituíram os antigos da minha memória, mas eu ainda podia os ver, o quarto que dividíamos se modificou, mas as lembranças ficaram. Aos poucos fui lembrando detalhes, brincadeiras, brigas, segredos, risos que dividimos. Então fui entendendo que a vida é feita de mudanças e transformações, ao longo dos anos precisamos nos reinventar e nos redescobrir, novas lembranças foram construídas e somaram-se as essas, e assim será sempre, e quão importante é saber que dentro de nós sempre haverá um lugar para guardar com carinho momentos tão especiais como os que vivi aqui. 



sábado, 3 de janeiro de 2015

O medo ainda me habita!

Ano novo, vida nova, página virada recomeço. Isso parece tão clichê para o dia 31 de dezembro, mas a verdade é que me agarro forte nessa esperança de um recomeço. Não é como se tudo fosse mudar no badalar na meia noite, mas é que a mudança já começou dentro de mim quando eu decidi lutar, quando eu procurei me agarrar no fio de esperança que ainda me habitava.
Me sinto só, mas hoje consigo reconhecer o papel que as pessoas têm na minha vida, de certa forma, durante esse ano eu consegui organizar o espaços no meu coração, porém ainda sinto um vazio. Não estou procurando alguém para me completa, pois já entendi que não sou algo que precisa ser preenchido. Procuro um equilíbrio de sentimentos, uma tolerância maior comigo mesma. Acredito que a felicidade não e busca, se conquista dentro de você mesmo, e então, partilha com as pessoas que julga importantes.
Gosto de pensar que 2014 foi o ano do desafio, do desapego, do aprendizado, como se cada momento ruim que passei ao longo do ano estivesse me preparando para o melhor que a vida ainda tem a me oferecer. Talvez tenha sido necessário sentir toda a dor para valorizar a felicidade quando ela chegar.

Mas e o que eu faço com esse medo? Essa palavra tão pequena, mas tão presente na minha vida, meu maior tormento. Mesmo com toda esperança o medo ainda ocupa um espaço muito grande dentro de mim. Tenho medo que o medo me consuma, medo de perder a liberdade para a angustia, medo de não saber o amanhã, medo de sentir medo.