quarta-feira, 29 de outubro de 2014
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Recomeçar é PRECISO
Eu já
entendi que as coisas não vão ser como eu gostaria que fossem. Entendi que as
frustrações são necessárias e que tudo tem seu tempo! Talvez meu grande fraco
seja o ponto final, não gosto de desistir das coisas, sempre acredito que pode
dar certo, por que na minha cabeça houve essa possibilidade.
Tem
funcionado assim na minha vida há muito tempo, as coisas sempre aconteceram
como pensei e como planejei, só que de
uns tempos pra cá isso mudou, eu tive que encarar que a vida não é uma fábrica
de desejos e que as pessoas não serão sempre como eu espero que elas sejam, e
que nem por isso elas me querem menos bem.
Acho que as
vezes eu insistia tanto que uma coisa tinha que dar certo que eu me cegava e
não conseguia ver os sinais, amenizava o que não era tão bom e valoriza demais
o pouco que era bom, simplesmente pelo fato de não aceitar que poderia dar
errado.
Acho que no fundo eu vivi muito tempo
pensando, planejamento e controlando tudo que deixei de ver e pensar na coisa
mais importante de tudo isso: eu mesma!
Pela
primeira vez a vida me fugiu do controle e a frustração foi tão grande que eu
pensei não suportar mais viver, o que eu não sabia é que de fato eu não suporto
mais viver desse jeito, eu não suporto mais não suportar um não, eu estou
cansada de criar expectativas sempre, de cobrar demais, de exigir demais, de
necessitar de aceitação sempre, de esperar das pessoas entrega mútua, como se
essa fosse a única forma de continuar sendo alguém na vida delas.
Não, eu não
preciso mais dessa necessidade de já pensar em tudo antes mesmo que ela
aconteça, por que isso está me impedindo de ver novos começos, não dá para
querer ver o fim antes de mesmo começar.
Então na
verdade eu preciso dar adeus a muitas dessas velhas coisas que me habitam para
dar espaço às novas coisas, nessa nova vida que acaba de começar.
domingo, 26 de outubro de 2014
sábado, 25 de outubro de 2014
O tempo de um tempo!
O tempo é
capaz de curar tudo. Essa foi a frase que mais ouvi esse ano, como conselho,
como consolo e até palavras de incentivo. Desde então, iniciei uma batalha com
o tal do tempo, e confesso que foi a batalha mais difícil da minha vida, por
que o tempo não nos escuta, ele passa de forma constante, independente à nossa
vontade, esperar o tempo passar e desejar um ritmo para ele é torturante e
totalmente inapropriado.
Mesmo com
essa luta e com o desejo constante que o tempo passasse logo e trouxesse paz
para minha vida, ele passou no tempo dele, em um ritmo continuo e democrático.
E ao passar foi tecendo pedaços da minha história, laços importantes da minha nova
vida, e então eu percebi que as pessoas não estavam erradas, de fato o tempo
cria cicatrizes para todas as dores, mas elas não me disseram o mais
importante: é o caminho entre um tempo e outro que traz a cura, é as experiências
vividas, os erros e acertos, os momentos de calmaria e de turbulência, as
tentativas e possibilidade, é o processo que torna possível a cicatrização e restabelecimento.
.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Da sala de espera...
Da sala de
espera o mundo girava, uma criança chorava, um bipe constante apitava e minha
cabeça voava, viajando por lugares longes: lembranças.
Da sala de
espera eu pensava nas últimas conversas que tivemos, eu pensava nas conversas
que não tivemos, nas palavras que ficaram no ar. Se eu soubesse que aquele
seria nosso ultimo abraço eu teria apertado um pouco mais forte, eu teria
agradecido pelas tantas coisas boas que compartilhamos. Mas a gente nunca sabe quando
será o ultimo abraço, o último beijo, o último suspiro, então vivemos
arriscando e nos equilibrando nas escolhas e consequências de viver.
Da sala de
espera eu sentia meu coração pulsar mais forte ao lembrar do amor que dediquei,
do amor que recebi e de como isso foi se perdendo ao longo do tempo, de
como te vi mudar, de como te vi me afastar, de como sofri ao sentir que o adeus
estava tão próximo de nós!
Da sala de
espera eu sabia que essa não era uma briga qualquer, eu sabia que tudo estava
prestes a mudar, eu sabia que precisava me libertar, deixar o sentimento voar,
esperar.
Da sala de
espera eu vi minha melhor amiga indo embora da minha vida, e percebi que era um
caminho só de ida. Eu percebi que amizade é muito mais do que compartilhávamos,
eu entendi que um dia vivemos plenamente toda essa amizade, que um dia fizemos
sentido uma na vida da outra, mas que agora o que restou foram apenas migalhas
do que um dia nos povoou. Sendo assim, não adianta insistir, é doloroso, mas é
real: chegamos ao final!
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Idiota!
É claro que você deveria sentir raiva.
Você tem um milhão de motivos para se sentir péssimo.
Você foi de novo você mesmo, essa pessoa que se dedica, essa pessoa que conhece bem. Você foi mais uma vez quem você gostaria que fossem com você. Você foi outra vez um alguém para sempre ser lembrado. Você beijou de novo como se fosse a última boca que gostaria de beijar. Você novamente preferiu não se importar com o que te diziam e só obedeceu seu coração.
Você foi de novo você mesmo, essa pessoa que se dedica, essa pessoa que conhece bem. Você foi mais uma vez quem você gostaria que fossem com você. Você foi outra vez um alguém para sempre ser lembrado. Você beijou de novo como se fosse a última boca que gostaria de beijar. Você novamente preferiu não se importar com o que te diziam e só obedeceu seu coração.
Mas todo esse seu querer não é o bastante para ter. Nunca será.
Então esse alguém que já organizava um espaço na sua vida para morar, foi embora.
Foi do mesmo jeito que chegou, foi num piscar de olhos, foi num comportamento que beirava o desdém diante do seu sentimento.
Então esse alguém que já organizava um espaço na sua vida para morar, foi embora.
Foi do mesmo jeito que chegou, foi num piscar de olhos, foi num comportamento que beirava o desdém diante do seu sentimento.
Às vezes a gente fica tão cego em querer o que desejamos que esquecemos que o necessário é ter o que merecemos.
Então esse pensamento do tipo “mais uma vez a história termina e eu saio como idiota” soaria melhor como “mais uma pessoa que não está pronta pra viver o que eu tenho pra oferecer”.
Sabe, ainda bem que a vida não tem controle remoto. Ainda bem que a gente não consegue saber o que vai acontecer no próximo segundo. Uma das melhores partes da vida é justamente se surpreender com as voltas que ela dá e em qual delas vamos nos encaixar. Hoje chorando, amanhã vibrando.
Sabe, ainda bem que a vida não tem controle remoto. Ainda bem que a gente não consegue saber o que vai acontecer no próximo segundo. Uma das melhores partes da vida é justamente se surpreender com as voltas que ela dá e em qual delas vamos nos encaixar. Hoje chorando, amanhã vibrando.
Nosso papel nesse mundo vai muito além de ocupar um espacinho pra respirar. Nós estamos aqui para influenciar pessoas. E você, você que se indigna ao se considerar idiota de novo, você que não entende por quê aconteceu outra vez, você que falta explodir de tanta raiva por não entender por quê as coisas parecem ser assim com você, você mesmo, você está vendo alguém sair da sua vida para um novo alguém ocupar o lugar, você está vendo alguém sair da sua vida ao mesmo tempo que se torna alguém para nunca ser esquecido por esse alguém, justamente por ser assim tão idiota, tão dedicado, tão inspirado em fazer por alguém aquilo que gostariam que fizessem com você.
Márcio Rodrigues - http://umtravesseiroparadois.wordpress.com/
sábado, 18 de outubro de 2014
Precisava escrever...
Hoje eu realmente precisava escrever. Hoje deixei que cada
batida do coração guiasse minhas mãos, hoje eu precisei me ouvir, mas não com a
audição, precisei ouvir o que tenho a dizer para mim mesma.
E a verdade é que estou com medo, estou com
medo do que não sei, do que pode acontecer com a minha vida. Estou com medo do
futuro! Medo de trocar de emprego, medo de ter que recomeçar de novo, medo de
não encontrar alguém que esteja ao meu lado para me dar a mão e me entender,
medo de estar sozinha. O fato é que esses medos estão sempre presentes em minha
vida, mas tem dias que eles gritam para serem ouvidos, e hoje é um desses dias.
Aceitar que as coisas não tem um rumo certo ainda é um desafio muito grande pra
mim, mas ao mesmo tempo tenho vontade de ser surpreendida pela vida.
Estou bem
confusa hoje, mas precisava colocar para fora, tentar esclarecer em palavras escritas
aquilo que em pensamentos ainda é muito confuso.
Na verdade,
nesse tempo todo e depois de tanto escrever eu percebi que falar de sentimentos
não é uma coisa fácil, eles são sentidos de uma forma e expressados de outra
forma, por que na verdade é praticamente impossível dizer exatamente o que se
sente ao sentir, e alguns sentimentos não cabem em palavras ou pelo menos não
nas palavras que conheço, às vezes elas limitam ou até empobrecem alguns
sentimentos, tanto os ruins quanto os bons.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
De onde vem essa busca?
“De onde vem essa busca, essa necessidade de desvendar os mistérios da vida quando as perguntas mais simples não podem ser respondidas? Por que estamos aqui? O que é a alma? Por que nós sonhamos? Talvez, seja melhor não pensarmos nisso, não investigar, não termos anseios, mas essa não é a natureza humana, não é o coração humano, não é por isso que estamos aqui! Com tudo continuamos lutando para fazer diferença, para mudar o mundo, para sonhar com a esperança, sem saber com certeza quem encontraremos ao longo do caminho, quem num mundo de estranhos vai segurar nossa mão, vai tocar nosso coração e partilhar a dor de ter tentado” (Heroes - S01E23)
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Adeus
É incrível
como uma palavra tão pequena pode ter um poder tão grande sob nós, mas a
verdade é que nunca estamos prontos para dizer adeus, até que um dia a vida
bate tão forte que a o adeus é necessário. O adeus assim, vira uma lembrança, uma
saudade ou até liberdade. Não importa, mas o adeus é na verdade uma forma de
dizer que algo existiu, que algo esteve vivo dentro de nós, nos fez presente.
O tempo
passa e por mais adeus que você acumule na sua experiência de vida, você nunca
vai estar preparado suficiente para o próximo adeus, então, como das outras
vezes, ele vai doer e vai continuar sendo necessário. Você até pode estar mais
forte para enfrentar as dores, magoas e decepções, mas você sentirá cada adeus
em seu coração, mesmo quando você perceber que ele está próximo, mesmo quando
você souber que será inevitável, mesmo quando o adeus iniciar dentro de você, ele
vai doer.
O adeus é
uma marca, um final de ciclo, um passado, uma dor que o tempo se encarrega de
transformar em cicatriz. De cada adeus levamos conosco um pedaço de vida.
sábado, 11 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Palavras
Segundo o
dicionário, palavra é um conjunto de sons articulados,
de uma ou mais sílabas, com uma significação. Mas para mim, palavras são TUDO
que dá sentindo a vida, não menosprezo um olhar, um abraço, um beijo ou um
gesto, de forma alguma, mas palavras têm poder, palavras ditas, palavras
escritas, palavras pensadas.
Quando tudo
ficou difícil, foi através das palavras que pude resgatar minha alma, como se
cada palavra escrita me fizesse acreditar que há um significado para tudo.
Quando chorei até cansar, foi através de cada palavra sentida que me tornei
mais forte e mais resistente. A verdade é que as palavras me mantiveram viva!
Quando
escrever era tudo que eu podia fazer para aliviar a dor, eu escrevi, utilizei
todas as palavras que meu coração precisava gritar, escrevi para que minha alma
pudesse crescer, escrevi para me conhecer melhor, escrevi para lembrar que os
sentimentos são parte importante da nossa vida.
Aprendi com cada palavra escrita por mim mesma, como
se de alguma forma as palavras me fizessem enxergar aquilo que eu mesma não
conseguia ver. As palavras se tornaram então um lugar de conforto ao
desconhecido, um lar para as dores, mas principalmente um caminho para
esperança.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
CANSEI
Cansei, é
simplesmente cansei!
Cansei de
dar tanto lugar à infelicidade...
Cansei de
dar espaço a pessoas que na verdade não se importam comigo!
Cansei de
não querer sentir nada...
Cansei de
dar tanta importância à pessoas que me deixam em segundo lugar...
Cansei de
dizer que esse é o pior ano da minha vida...
Cansei de
procurar nas pessoas algo que só posso encontrar em mim mesma...
Cansei de
acreditar que tudo vai ser diferente...
Cansei de
dar limite para todas as coisas da minha vida...
CANSEI de
pensar, agora quero VIVER mais e pensar menos!
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Arrisque...
Quando paramos para pensar no que temos a perder, vem o medo. Sabemos que qualquer passo em falso pode nos levar a ruína. Mas o que você tem é o suficiente? É o suficiente para suspirar e te fazer querer viver? Se a resposta for incerta, já sabe. Arrisque. Mesmo que você perca tudo, você terá a chance de ter um pouquinho mais.
Isabela Freitas
terça-feira, 7 de outubro de 2014
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Meu pensamento VAI e VOLTA
Gostaria de entender por que eu não me basto? Por que essa necessidade tão grande de depositar todos os sentimentos em outras pessoas? Tenho pensado muito e percebi que minha intolerância a frustração é muito pequena e está ligada diretamente com medo de rejeição e abandono. Quando penso que as coisas estão finalmente melhorando vem algo e me puxa para baixo de novo. Mesmo com todos avanços que fiz parece que meu inconsciente insiste em martelar apenas naquilo que não dá certo. Por que eu mesma permito que a agonia e o medo me desestruturem tanto? Por que não sou capaz de valorizar meus passos e avanços? Por que não fico feliz com o que já tenho? Dizem que a cura está dentro de nós mesmo, então se for assim, eu mesma quero continuar mal? Já estou cansada de repetir que esse ano está sendo difícil, que é o pior momento da minha vida! Parece que simplesmente desaprendi a viver comigo mesma. Se as crises tem a intenção de demolir velhas estruturas para que algo novo surja, para que nossa alma possa se expandir, por que não consigo sentir e entender o que penso. Me sinto tão esclarecida racionalmente e tão confusa emocionalmente!
#angustia #crises #ansiedade #medo #solidão
#angustia #crises #ansiedade #medo #solidão
domingo, 5 de outubro de 2014
sábado, 4 de outubro de 2014
Chega de infelicidade!
Decidi não
dar mais espaço para infelicidade, é óbvio que não serei cem por centro feliz o
tempo todo com tudo, mas escolhi caminhar pelo caminho das possibilidades. A
verdade é que já caminhei tempo demais pelo lado escuro e agora quero ver o
sol. Quero acreditar de novo e me encantar novamente pela vida, viver todos os
sentimentos que o destino me propor.
Foi preciso
sentir toda dor, viver cada mágoa, me afogar nas crises para romper velhas
estruturas, e assim, dar espaço ao coração para alma se expandir. Cada lágrima derramada
me fez mais forte, me fez perceber que o sofrimento é uma etapa do caminho em
direção à felicidade.
Aprendi que
a mudança acontece dentro de nós, quando você descobre que as escolhas da sua
vida dependem de você e tudo se transforma, então, descobrir, tentar e arriscar
são palavras de possibilidades.
Quando você passa
a olhar para si mesmo com atenção, percebe que cuidar de si é a melhor maneira
de cuidar de quem você ama, pois se dar valor é dar valor a vida. Se conhecer
melhor é se dar a possibilidade de olhar o mundo de outra forma, então, você percebe
que as grandes mudanças da vida não acontecem de grandes coisas, mas sim, de
uma decisão sua, uma decisão dentro de você!
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Borboletas
A gente nunca tem certeza absoluta do impacto que terá na vida do outro. Se pararmos para pensar, o simples fato de existirmos já é o suficiente pra transformar completamente a vida de algumas pessoas. É inevitável. Chegamos neste mundo sem nenhuma lembrança e precisamos descobrir como é que se faz para escrever uma boa história. Elegemos os personagens principais das nossas melhores páginas, mas às vezes eles só querem ser figurantes, e somem antes do próximo parágrafo.
Escolhemos o cenário perfeito, descrevemos e mentalizamos cada detalhe, muitas árvores e o som da cachoeira, mas às vezes precisamos nos mudar para longe. Muito longe.
Quando passamos a ser independentes, nossos sonhos se tornam uma bússola, e vamos descobrindo aos pouquinhos para que lado fica a tal felicidade. Se temos boas companhias, ouvi dizer, chegamos mais rápido. Às vezes, o trajeto é escuro e perigoso. Não conseguimos andar na mesma velocidade que os outros e nos perdemos. Faz frio, chove pra caramba, e as pessoas nem percebem que ficamos pra trás. Tudo bem, porque nosso corpo precisa descansar, e uma boa noite de sono coloca quase tudo em seu devido lugar. Quase.
O mundo continua existindo mesmo quando a gente não quer participar. Isso é assustador, não é? Não somos tão importantes ao ponto de parar o trem em movimento. Olhamos ao redor em busca de algum lugar para sentar. Está tão cheio. São todos desconhecidos e não dão a mínima.
“Oi”
E agora não sabemos se devemos dizer ou demonstrar o que sentimos. É mais fácil ficar em silêncio. Nunca admitir nada. No fundo, algo nos diz que nossos segredos podem assustar.
Próxima parada: ele desce, você fica.
Olhando na janela, tudo parece muito legal. Poderíamos descer e passar o resto dos dias em qualquer uma das cidades pelas quais passamos. Mas é mais confortável ficar sentada observando e imaginando, certo? Errado. Uma hora isso cansa.
Última parada: estação futura.
Precisamos descer imediatamente, mas ainda não sabemos direito onde estamos. É um lugar novo, mas estranhamente familiar. Tudo aqui nos lembra alguém, os cheiros, as músicas, o vento, porém não há mais espaço livre. É como se tivessem preenchido todos os nossos pequenos vazios. Ao nosso redor, todos possuem pequenas cicatrizes. Não precisamos mais esconder aquilo que tanto nos incomodou.
Este é o momento.
Respire fundo e olhe para trás. Repare bem no que vê. Não eram imperfeições. Eram asas. Agora, você não é mais casulo. Você é uma borboleta. Voe!
Bruna Vieira
Escolhemos o cenário perfeito, descrevemos e mentalizamos cada detalhe, muitas árvores e o som da cachoeira, mas às vezes precisamos nos mudar para longe. Muito longe.
Quando passamos a ser independentes, nossos sonhos se tornam uma bússola, e vamos descobrindo aos pouquinhos para que lado fica a tal felicidade. Se temos boas companhias, ouvi dizer, chegamos mais rápido. Às vezes, o trajeto é escuro e perigoso. Não conseguimos andar na mesma velocidade que os outros e nos perdemos. Faz frio, chove pra caramba, e as pessoas nem percebem que ficamos pra trás. Tudo bem, porque nosso corpo precisa descansar, e uma boa noite de sono coloca quase tudo em seu devido lugar. Quase.
O mundo continua existindo mesmo quando a gente não quer participar. Isso é assustador, não é? Não somos tão importantes ao ponto de parar o trem em movimento. Olhamos ao redor em busca de algum lugar para sentar. Está tão cheio. São todos desconhecidos e não dão a mínima.
“Oi”
E agora não sabemos se devemos dizer ou demonstrar o que sentimos. É mais fácil ficar em silêncio. Nunca admitir nada. No fundo, algo nos diz que nossos segredos podem assustar.
Próxima parada: ele desce, você fica.
Olhando na janela, tudo parece muito legal. Poderíamos descer e passar o resto dos dias em qualquer uma das cidades pelas quais passamos. Mas é mais confortável ficar sentada observando e imaginando, certo? Errado. Uma hora isso cansa.
Última parada: estação futura.
Precisamos descer imediatamente, mas ainda não sabemos direito onde estamos. É um lugar novo, mas estranhamente familiar. Tudo aqui nos lembra alguém, os cheiros, as músicas, o vento, porém não há mais espaço livre. É como se tivessem preenchido todos os nossos pequenos vazios. Ao nosso redor, todos possuem pequenas cicatrizes. Não precisamos mais esconder aquilo que tanto nos incomodou.
Este é o momento.
Respire fundo e olhe para trás. Repare bem no que vê. Não eram imperfeições. Eram asas. Agora, você não é mais casulo. Você é uma borboleta. Voe!
Bruna Vieira
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