domingo, 10 de maio de 2015

Eu tenho síndrome do pânico moço!

Não pode ser! Eu pisco meus olhos repetidas vezes, esperando que o ato de abrir e fechar os olhos rapidamente me tragam de volta a realidade, e o que estou vivendo novamente agora simplesmente suma como uma lembrança. Mas não adianta, porque eu conheço tão bem essa dor que reconheceria ela até se visse em outra pessoa. Esse medo que me invade e essas lágrimas que escorrem de forma descontrolada só provam que por mais que eu tente fugir a dor voltou e voltou para me mostrar que eu sempre serei fraca e ele sempre será maior. As pessoas dizem: “Tu não precisa ter vergonha por ter passado mal num lugar público, isso acontece com todo mundo”, mas o que elas não sabem é que meu passar mal envolve muito mais do que sintomas físicos. Há três dias eu tive uma crise de síndrome do pânico no shopping e desde lá a ansiedade, as lagrimas e a tristeza voltaram a se fazer presente no meu eu.

-Eu tenho síndrome do pânico moço! Foram palavras que eu disse para tentar tranquilizar as pessoas que estavam ao meu redor tentando de alguma forma me acudir, recebi muitas respostas do tipo “Fique calma, você não vai morrer isso é apenas uma sensação passageira”. Eu não morri. Não morri o ano passado e não morri esse ano. A síndrome do pânico de fato não mata ninguém, quando cheguei ao ambulatório meus sinais vitais estavam estáveis, mas o que ninguém sabia é que dentro de mim morria a esperança, a esperança de estar livre dessa dor, mas ela é maior que eu, e fez questão de me mostrar isso. Em questão de 30 minutos, que foi o tempo que levou para alguém ir me buscar, foi o tempo que bastou para eu relembrar tudo que vivi o ano passado, foi o tempo necessário para eu entender que mesmo que o tempo passe e a doença pareça estar controlada ela sempre vai fazer parte de mim e ela sempre vai ter esse poder devastador dentro de mim!


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