quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O adulto e a criança dentro de si

          A pessoa com algum transtorno de ansiedade vive uma situação paradoxal. Por um lado, vive com intensos sentimentos de insegurança e vulnerabilidade, e ao mesmo tempo, tem que dar conta de diversas responsabilidades e tarefas da vida adulta. É como se a pessoa estivesse dividida: tem um lado adulto e responsável convivendo – e às vezes se alternando – com um lado infantil e inseguro. Este contraste pode fazer com que a pessoa se sinta confusa e desorientada. Muitas vezes a pessoa começa a se cobrar, se criticar, não aceitando seu lado inseguro: “mas eu não deveria me sentir assim, eu tenho que ser forte…”. A não aceitação do medo torna a pessoa ainda mais insegura, pois ela passa a ficar com medo de ser dominada pelo medo. O caminho está em aprender a usar seu lado adulto para cuidar e ajudar seu lado infantil e inseguro.
          Imagine uma criança com medo de trovão. Um adulto que a critica e grita com ela, exigindo que ela vença seus medos dificilmente vai ajudá-la a superar usa insegurança. Do mesmo modo, o adulto que se tranca no quarto junto com a criança, fechando as janelas para que os trovões fiquem longe, tampouco ajudaria. A melhor atitude, no caso, seria reconhecer o medo que a criança está sentindo, segurar na sua mão para acalmá-la, conversar e ajudá-la a entender o que acontece e só depois convidá-la a se aproximar da janela, olhar a chuva, os raios e assim começar a enfrentar a situação temida…
          O enfrentamento dos medos irracionais é a melhor estratégia para domesticá-los, porém este caminho só funciona se a atitude for primeiro, de aceitação do próprio medo.
          Depois, é importante uma atitude de apoio incondicional para ajudar a criança a ir perdendo o medo de sua reação emocional, perder o medo de sentir medo para, então ir perdendo o medo dos raios e trovões.
          Esta atitude do adulto que ajuda uma criança a superar seus medos é a mesma que uma pessoa ansiosa precisa ter consigo mesma, esteja ela com Transtorno do Pânico, Fobia Social, Estresse Pós Traumático, etc. Seu lado adulto precisa pegar na mão de seu lado infantil e assustado e ajudá-lo a aceitar o sentimento, gradativamente ir olhando seus temores para perder o medo do que sente e aprender a olhar com mais lucidez para as consequências catastróficas temidas, para ver como o monstro não é tão perigoso quanto parecia.

Artur Scarpato - http://www.psicoterapia.psc.br/blog/

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O tempo...

         

           O tempo é fagulha que se perde no piscar dos olhos e você não pode fazer nada para voltar ao que era ou ao que se passou. Não é possível recriar situações para possuir as mesmas sensações. O ar do outro dia é diferente, o clima já não é tão quente e você já não é mais o mesmo em 24 horas. Por isso, não queira voltar para o passado, faça acontecer no presente.
         O tempo está em nós, ele se encontra em tudo que respira, se move ou que possui algum impulso, e os que mais se afetam são os que possuem apenas o último ímpeto e não conseguem escutar o que a alma realmente quer dizer, pois são os que perdem tempo tentando consertar erros e não querem enxergar a vida.
         Às vezes, a insistência da alma também é o atraso do tempo. “É ele, ele é o amor da minha vida.”, será que isso não é insistir no erro, enquanto o seu acerto te procura? Imagine quantas oportunidades de sorrisos perdemos com pessoas que não dão valor ao relógio que não para por você estar sofrendo.
     Quanto custa os seus segundos? Para mim, valem muito. São os momentos que eu mais levo comigo. O segundo que eu percebi que era amor, o primeiro segundo do sorriso de gratidão, a primeira vez que senti a solidão mesmo com todas aquelas pessoas ao meu redor, os segundos daquele telefonema que me disse que ela havia falecido. Esse flagelo de tempo, foram segundos que se transformaram em anos e ficarão guardados na minha alma.
         Já perdi muito da minha vida sem saber o valor de tudo isso que eu escrevi, de achar que um dia eu poderia recuperar todo o tempo desperdiçado, que viver sem consequência era bom e que eu poderia insistir em erros. Por ironia, só o tempo foi capaz de me amadurecer e me fazer entender a preciosidade dele. Hoje eu não tenho hora para perder com quem não sabe viver. Dou prioridade a tudo que me acrescenta, que me inspira ou que me move. Se não for assim, a única coisa que sentirei falta será do tempo que não volta mais.

Thiago Banik, escritor do blog: www.esperandonoponto.com.br


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Um abrigo seguro

Quando você tiver a sensação de que o mundo está ruindo aos seus pés, e tudo lhe parecer insustentável, o lugar mais seguro para você se refugiar é dentro de si mesmo, na companhia do seu eu interior e na companhia da insubstituível Força Superior, aquela que você acredita.
                Muitas são as situações que podem conduzir você a uma sensação de abandono. Os problemas parecem maiores que você acompanhados do desespero de querer mudar muitas coisas na sua vida, e a impressão de que está carregando o piano sozinho. Você olha para o futuro com poucas esperanças de melhoria, como se nada que você faça produzisse grande diferença na situação que enfrente hoje.
                Isso pode vir como uma bola de neve, engrossado a cada virada, mais existe um lugar seguro para buscar serenidade e uma para toda essa confusão. Dizem que no fundo do lado a agua é sempre mais serena e tranquila. A água na superfície é sobrecarregada de detritos, sofre com evaporação é resolvida com aa força dos ventos, mas nada disso impede que lá no fundo do lado a água esteja sempre tranquila.
                Eu me lembro de ter viajado por países e regiões onde os tornados são frequentes e me recordo das sinalizações nas erradas que indicavam os abrigos para onde deveríamos nos encaminhar numa emergência. Todos nós precisamos ter isso em mente quando passamos por uma crise em nossas vidas. Temos de nos proteger, sem nos isolarmos. E importante sempre ter perto os amigos e familiares – uma força essencial nas horas de dificuldades. Mas, de todas as forças, é aquela que temos dentro de cada um, a força da vida, que deve ser acessada. É como uma reserva de energia para quando a energia externa acaba.
                Pare momentaneamente as coisas que está fazendo, dê um  mergulho dentro de si próprio. Busque nessa incursão a companhia de sua Força Superior, do Deus da sua crença. Encontre a sua alegria interior e sua fé e com isso e a clareza pare reencontrar o seu caminho do crescimento.
                Sei que a vida cotidiana pode sobrecarregar você e os papéis que precisa desemprenhar exigem um equilíbrio e desempenho que é difícil alcançar quando estamos no meio da tempestade.
                Ao realizar esse encontro consigo mesmo e com a sua fé, você vai restabelecer a alegria que precisa para apreciar as coisas boas da vida  e a coragem para enfrentar as dificuldades que vierem ao seu encontro –saiba que a vida é difícil para todo mundo.
                Quando sente tudo conspirar contra você, é hora de se abrigar e se proteger, sem se isolar do mundo, mas cuidando de si como ninguém consegue fazer.
                Quando estamos com muita dificuldade, queremos alguém que nos pegue no colo, nos acolha sem fazer perguntas e nos apoie sem criticar. Esse alguém é você mesmo, capaz de exercitar a autocompaixão, se amar e cuidar para que só lhe aconteça o melhor.
                Por um momento, pense numa situação do passado em que tudo deu certo e você se sentiu profundamente otimista com o mundo e sua vida. Traga para este momento a sensação daquela ocasião, beba dessa força e nutra-se da capacidade de olhar o futuro com mais serenidade e positividade.
                Procure sair do olho do furacão, abrigando-se dentro de si alimentado pela energia vital, encorajado, animado e otimista com a possibilidade de vencer as dificuldades e sair fortalecido.
                Temos de evitar todas as armadilhas que nos rondam quando enfrentamos as adversidades, o isolamento, a culpa, a inveja, a raiva e os ressentimentos. A busca de culpados e a tentativa de revidar as ofensas nos cegam para aquilo que realmente importa, o nosso bem-estar, o olhar para o nosso próprio trajeto.

                Lembre-se: este é o momento para ser gentil consigo mesmo.

Rubens Sakay, escritor do blog: projetoserfeliz.com

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A espera do amanhã

Algumas palavras acompanham minha personalidade e minha história de vida, ansiedade sem dúvidas é uma delas. Se por qualquer motivo as coisas saíssem do meu controle ou não acontecessem do jeito que eu acredito que deveria ser, já é motivo para uma enorme frustração, então engato a marcha da decepção e encaro o “foi melhor assim”. Mesmo carregando na maioria das vezes a culpa dentro de mim, eu prefiro acreditar no final das contas a culpa não foi minha, foi do outro que desistiu antes de tentar até o final.
Por algum motivo ainda não reconhecido por mim, sempre encarei a dor como uma punição por algo errado que eu fiz ou me fizeram, e quando as relações amorosas começaram a fazer parte fundamental da minha vida a ansiedade se intensificou, como se de alguma forma eu só me sinta completa no outro, então a busca segue constante e incontrolável, e as frustrações indicam erro. A ansiedade me leva a emendar uma relação na outra, pois seguir em primeira marcha é melhor que parar para pensar e esperar. No instante que uma relação já não dá mais certo, é então, o ponto de partida para uma próxima, e pode ser qualquer relação, desde que esteja ali, fazendo-me pensar e ocupar meu espaço de ser querida e desejada.
A verdade é que sempre tive alguém, alguém que estivesse ali por mim, se dedicando a mim, na adolescência preenchia esse espaço as consideradas melhores amigas e logo os namorados. Ficar sem alguém me angustia, e tenho a sensação de que se alguém não estiver ali por mim ficarei sozinha. E meu maior medo é a solidão. Às vezes tenho a impressão de que me procuro em outros corpos, como se no abraço do outro eu pudesse me sentir preenchida de segurança e carinho, como se ter um corpo para dividir sentimentos é o suficiente para eu estar completa comigo mesma.

Ouvi dizer que ansiedade é excesso de futuro, e me vejo exatamente assim, com pressa de viver o futuro, mesmo sabendo que não haverá futuro se não viver o agora. Me vejo dando passos tão largos que perco o equilíbrio do sentir e viver, e viver de futuro é tornar o presente um passado em questão de segundos, é sofrer por antecedência e pouco aproveitar o momento, é viver uma constante espera. Mas a espera do quê? 



terça-feira, 7 de julho de 2015

Tudo bem...

"Tá tudo bem.
Sério, tá tudo bem.
Já estive mal, já estive pior que mal, mas hoje está tudo bem.
Se eu continuar tendo paz vai continuar tudo bem.
O problema é quando esqueço de mim e deixo outro alguém ser mais importante que eu, mas quando é o contrário, fica tudo bem.
Tem aquela história de viver um dia de cada vez, né?
E essa história nunca foi tão verdade pra mim.
No começo, há um tempo atrás, eu queria que as coisas passassem depressa. Hoje eu só quero que passem, na velocidade que a vida quiser. Entendo que se não passou é porque eu ainda tenho o que aprender; ainda tenho o que tirar de bom pra mim.
Tá tudo bem.
É o que respondo quando me perguntam como vão as coisas.
Nunca estará tudo ótimo. Eu sempre vou reclamar de algo. Nós sempre teremos algo para reclamar. Então o meu "tá tudo bem" intermedia como as coisas estão e como eu gostaria que estivessem. É o meio-termo. É a paz que preciso.
Tá tudo bem.
Sério, tá tudo bem.
Eu estando paz, estarei bem."

Márcio Rodrigues 


terça-feira, 12 de maio de 2015

Ser feliz..

Parece tão clichê essas mensagens, mas as vezes simplesmente aparecem quando você mais precisa ouvir! 


domingo, 10 de maio de 2015

Eu tenho síndrome do pânico moço!

Não pode ser! Eu pisco meus olhos repetidas vezes, esperando que o ato de abrir e fechar os olhos rapidamente me tragam de volta a realidade, e o que estou vivendo novamente agora simplesmente suma como uma lembrança. Mas não adianta, porque eu conheço tão bem essa dor que reconheceria ela até se visse em outra pessoa. Esse medo que me invade e essas lágrimas que escorrem de forma descontrolada só provam que por mais que eu tente fugir a dor voltou e voltou para me mostrar que eu sempre serei fraca e ele sempre será maior. As pessoas dizem: “Tu não precisa ter vergonha por ter passado mal num lugar público, isso acontece com todo mundo”, mas o que elas não sabem é que meu passar mal envolve muito mais do que sintomas físicos. Há três dias eu tive uma crise de síndrome do pânico no shopping e desde lá a ansiedade, as lagrimas e a tristeza voltaram a se fazer presente no meu eu.

-Eu tenho síndrome do pânico moço! Foram palavras que eu disse para tentar tranquilizar as pessoas que estavam ao meu redor tentando de alguma forma me acudir, recebi muitas respostas do tipo “Fique calma, você não vai morrer isso é apenas uma sensação passageira”. Eu não morri. Não morri o ano passado e não morri esse ano. A síndrome do pânico de fato não mata ninguém, quando cheguei ao ambulatório meus sinais vitais estavam estáveis, mas o que ninguém sabia é que dentro de mim morria a esperança, a esperança de estar livre dessa dor, mas ela é maior que eu, e fez questão de me mostrar isso. Em questão de 30 minutos, que foi o tempo que levou para alguém ir me buscar, foi o tempo que bastou para eu relembrar tudo que vivi o ano passado, foi o tempo necessário para eu entender que mesmo que o tempo passe e a doença pareça estar controlada ela sempre vai fazer parte de mim e ela sempre vai ter esse poder devastador dentro de mim!


quarta-feira, 6 de maio de 2015

ALGO QUE NÃO SEI O QUE É

Fico ali, rodeado de barulhos e conversas cotidianas, mas me sentindo invisível.
Sentado na estação do ônibus, ignorando todos os veículos que param e querem me levar para algum lugar, só fico pensando naquele que talvez nunca virá. Já encontrei e me despedi de vários rostos que tiveram a sorte de a condução estar ali somente por eles. Em alguns momentos do dia leio um best-seller, em outros reflito sobre a minha vida, mas na maioria das vezes penso. Penso em desistir e pegar o primeiro ônibus que parar e esquecer todo o tempo que estive esperando um Godot que nunca virá. O pior é que no momento em que estou quase certo de tomar a decisão vem aquela sensação... a mesma que você, leitor, já deve ter experimentado: “não, e se o ônibus que estou esperando já está chegando e eu, por ignorância, pegar um qualquer?”.
Pronto.
Desisto da ideia e volto a me sentar. Vejo o tempo na maior parte das vezes nublado; alguns raros momentos sinto o sol em meu rosto. Eu nunca durmo. Sonho todos os dias. Vejo várias pessoas partindo felizes com a chegada do ônibus, outras voltando tristes por não ser o que pensavam. Com algumas eu converso. Conversa cotidiana mesmo, nada muito elaborado. Na verdade, é sobre o tempo. Quer dizer, é a única coisa que realmente conheço. Eles perguntam: “E esse tempo maluco?”, e eu respondo: “Pois é, algumas vezes estamos no passado, esperando um futuro e esquecendo do que somos agora, coisa maluca mesmo”. Então rimos.
Pausa.
Ela parte e eu fico. Não gosto de perguntar nomes, pois sei que sentirei mais saudade, então prefiro nunca chegar ao assunto – para onde você está indo? Todos sabem para onde vão; eu não. Talvez, eu saiba. Só tenho medo de criar expectativas nas pessoas e isso me decepcionar. Prefiro esquecer a pergunta com um sorriso e me silenciar, escutar o som da natureza e de carros passando. Pessoas mudas e celulares tocando.
Penso.
Cadê? Já era para estar aqui. Crio ansiedade. Desespero-me. Ignoro tudo que vivi e só penso em como serei feliz quando eu conseguir. Mas serei mesmo? Às vezes, sinto que é uma forma de desviar a atenção do vazio que sinto. Do ser incompleto que sou. Acalmo-me. Tudo é tão natural. Vivo em ciclo. Sou interrompido pela chegada de um ônibus. Vejo a placa. Mais uma vez não é o meu. Ouço um “até logo”. Estou sozinho esperando. Tento dormir, mesmo sabendo que será impossível.
Meu ciclo.

Thiago Banik, escritor do blog: http://www.esperandonoponto.com.br/

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Passos de conquista

Fiquei sem escrever porque as palavras pareciam ter fugido da minha mente, talvez porque eu precisava pensar e refletir mais sobre as coisas que estava pensando ao invés de só registra-las. Mas as palavras escritas sempre me ajudaram a organizar o que por dentro estava tão bagunçado.

Há um ano eu vivia o pior momento da minha vida, dias escuros que pareciam não ter fim, e não digo que eles chegaram ao fim só pelo fato de não ter mais as crises de pânico e ansiedade, mas o fato é que o tempo e a terapia me ajudaram a entender melhor quem eu sou e o que vivo. Ainda vivo dias difíceis, mas aprendi a valorizar mais os passos de conquista.

Quando fui ao fundo do poço, onde a dor se fez casa dentro de mim eu estive sozinha, não sozinha sem ninguém, mas eu tive que enfrentar a mim mesma, me olhar, me conhecer, me reconhecer e me organizar. Hoje após me estabilizar emocionalmente eu percebo que a força que me fez enfrentar de frente todos esses desafios é a força da vida, é o instinto de sobrevivência e de adaptação que é natural do ser humano.

Descobri sentimentos novos e novas formas para enfrentar as situações da vida, ampliei meus horizontes, estabeleci novos tempos e hoje me sinto mais segura. Entretanto em alguns momentos ainda me sinto perdida em alguns sentimentos, sem saber exatamente o que cada um significa e representa, tentando de certa forma buscar sempre respostas, mesmo para as coisas que nem sempre terão respostas e coisas que só o tempo pode responder. Mas hoje sei que esperar também faz parte do processo de continuar a seguir.

sexta-feira, 20 de março de 2015

As minhas confissões

           Eu preciso te confessar uma coisa: eu estou com medo. Não do escuro, de bichos ou da violência, mas do meu futuro e do que eu sou. Eu cruzei esse túnel em uma grande escuridão na esperança de achar a luz, mas no final encontrei uma grande parede.
            Toda a minha preparação de vida, estudo e conhecimento... Nada disso está sendo útil. Parece que minhas experiências viraram descartáveis, e que se eu quiser continuar eu terei de passar por uma renovação. Mas e se eu te confessar outra coisa? Estou cansado de falar: mais uma vez, está quase... Geralmente, o “quase” nunca chega e eu fico com uma esperança pobre dentro do meu peito. E se não der certo?
            Fico em um total clichê: quarto escuro, música triste e um choro, dos mais tristes que você possa imaginar. Estou um pouco perdido. Não, eu estou perdido pra caralho e sei que ninguém é capaz de me ajudar a não ser eu mesmo. É uma droga isso, pois muitos dos problemas as pessoas conseguem te aconselhar ou, no mínimo, acalmar seu coração, mas quando o assunto é o futuro, quem pode dizer alguma coisa? É assunto desconhecido, misterioso e vive dentro do baú no sótão que papai nunca te deixou entrar.
            Queria me mover, respirar um novo ar, dar uma chance para o completo desconhecido que eu admiro. Eu quero ser aquilo que o espelho não vê. Preciso de novas oportunidades, escolhas e momentos que eu realmente quero viver.
            Eu sei que preciso sair daqui e que terei de tentar, repetidas vezes, até eu alcançar o que eu quero, mas tenho medo de ser mais um frustrado na vida que teve de desistir. E eu não quero isso para mim, nunca vou querer!
            É uma droga não ter os pés no chão e sempre sonhar com grandes coisas, são muitos sacrifícios e um caminho longo para concretizar as fantasias de criança, de preencher um vazio e um desejo de mudar o mundo. Por isso escrevo esse texto, para eu não desistir de tentar...

Thiago Banik 
http://www.esperandonoponto.com.br/

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Viva mais!

Me parei pensando sobre esse medo que nos invade, será que esse medo não está nos impedindo de ver além da escuridão? Não há como saber como será o final do caminho se você nem ao mesmo tentar dar os primeiros passos. O tempo passa num piscar de olhos e talvez percamos tempo demais avaliando as possibilidades, pensando no amanhã, esperando pelo outro, em vez de arriscar mais e viver mais.
Você pode ficar parado onde está esperando a vida acontecer, ou você pode tomar a iniciativa de viver enquanto ela acontece. O mundo não ficará parado esperando você decidir se deve arriscar ou não, o tempo vai passar independência a sua vontade.

Cuidado com o medo, ele pode te impedir de viver as melhores coisas da sua vida, você perde uma oportunidade quando deixa de arriscar por medo de não conseguir, você deixa de sorri quando espera que os outros te façam sorrir, você deixa de viver quando espera que a vida traga oportunidades para você. Você não é o mundo, e sim parte dele! Então de nada adianta ficar tentando prever o futuro e controlar o presente, é hora de viver mais e pensar menos!


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Expectativas

Hoje em dias as redes sociais anunciam que criar expectativas é o mesmo que criar uma decepção, avisam claramente você será eternamente frustrado pelas expectativas que crias. Fiquei pensando então em um mundo sem expectativas, onde as pessoas não passem por situações de espera, nem probabilidades diferentes em uma mesma situação. Ao imaginar uma vida assim logo percebi que expectativa é o que dá emoção à vida! Que graça teria começar se você já soubesse o final? Como seria a vida dos apaixonados sem o frio na barriga e a espera do telefonema? Seria mesmo possível alguém não querer sentir o gostinho da espera com um sorriso no rosto e o coração acelerado?
Talvez quem alimente a ideia de expectativa como decepção não lembre que frustrações são partes importantes da vida, e dar errado às vezes também faz parte do processo da vitória, além do mais, não precisamos vencer sempre, não precisamos acertar sempre. Vivemos em um mundo onde a felicidade é cobrada em tempo integral, mas cá entre nós, quem está feliz o tempo todo? Será que é mesmo feliz aquele que nunca experimentou da tristeza?

Já fui muito decepcionada por expectativas que criei, me iludi com situações que só existiram dentro da minha cabeça e do meu coração, cheguei a pensar que talvez as expectativas estivessem acabando com a minha esperança, mas então avaliando cada experiência percebi que sem as expectativas eu não teria me frustrado, mas também não teria pensando e provavelmente não teria vivido, pois para cada frustração percebi que havia muito mais de satisfação, porém algumas vezes dei mais importância para o que não deu certo, do que para os acertos. Talvez porque a dor, o erro, a frustração deixe uma marca maior do que a da felicidade, do acerto e da satisfação. Então percebi que eu estava olhando o lado errado de cada experiência, sendo assim, fico feliz de criar expectativas, pois elas nada mais são do que planos que se deseja, e que provavelmente serão realizados, e se não forem, valeu a tentativa, muito melhor se arrepender daquilo que fez do que ficar pensando em como poderia ter sido.  

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Então para!

Essa história de ter medo de SOFRER não te faz alguém com mais chances de ser FELIZ. Não dá para prever como vai ser o fim sem viver o começo. Essa vida é curta demais para você ficar pensando no "amanhã eu vejo o que fazer", "depois eu respondo", "hoje eu não quero", ou pior, esta vida é terrivelmente curta para brincar de coisas do tipo "vou esperar fulano se esforçar mais para saber até onde ele pode ir" como se você tivesse o DIREITO de brincar com alguém, e mais, como se você fosse alguém SUPERIOR a outro alguém a ponto de desejar ter nas mãos o controle de OUTRO ALGUÉM.
Escuta aqui, se você não fizer nada, outras pessoas farão por você. Se você não der um jeito de mostrar que gosta, outras mostrarão, se você não beijar de verdade, outras beijarão, se você não TRANSAR com vontade, outros transarão, se você continuar esperando outras pessoas não esperarão e farão tudo que você não fez, tomarão seu lugar, serão melhores que você.
Você não é insubstituível. Você está longe de ser alguém que ninguém possa ser melhor aqui ou ali. Você ERRA ao pensar que só deve ACERTAR. Você deixa de ser FELIZ ao pensar que DEVEM TE FAZER FELIZ. Você não é o MUNDO, você faz parte dele. Você não é o TUDO, é parte do TODO. Você não está isento de alguém chegar e te falar: "EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ!"
Então para de querer ter o controle da sua vida.
Para de querer saber como as coisas vão acontecer. Para de querer entender os porquês. Para de esperar que te façam algo. Para de se colocar num lugar que você NÃO ESTÁ. Para de se fazer SUPERIOR à outras pessoas.
Você já pensou que talvez já tenha passado da hora de você parar de pensar? E nem que não possa fazer nada, mas que talvez possa começar a deixar que façam alguma coisa por você?

Márcio Rodrigues autor do blog e livro: Um Travesseiro para Dois.
www.umtravesseiroparadois.com.br


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Lembranças

Lembranças são um conjunto de memórias, que ficam guardadas em nossa mente e em nosso coração, são pedaços de vida que carregam algum significado. Tem momentos na vida que somos inundados por uma onda de lembranças, seja ao ouvirmos uma música, ao sentir um cheiro, a entrarmos em algum lugar. E foi assim que me senti hoje ao voltar na casa da praia que passei os verões da minha infância.
O calor percorria meu corpo por estar de baixo do sol, mas eu simplesmente fiquei parada observando, e como um filme eu podia ver e ouvir um pouco de tudo que vivi nesse lugar. Me vi uma menina sorridente e feliz, vi meus primos e meus tios. De certa forma, por alguns instantes eu revivi momentos que já pensava haver esquecido, mas estava tudo guardado. Um sorriso brotou em meus lábios, assim como uma lágrima escorreu pelo meu rosto, a onda de lembranças trouxe junto uma onda de sentimentos.
Percebi que o tempo passou rápido demais e deixou para trás coisas que eu julgava importantes, como a convivência com a família, a amizade e cumplicidade com a minha prima, que foi por muito tempo foi minha parceira e amiga. Fiquei pensando em que momento deixamos de compartilhar os sorrisos e o que me ocupou tanto que não percebi o quanto sentia falta disso.

Ao entrar na casa me deparei com um ambiente diferente, móveis novos substituíram os antigos da minha memória, mas eu ainda podia os ver, o quarto que dividíamos se modificou, mas as lembranças ficaram. Aos poucos fui lembrando detalhes, brincadeiras, brigas, segredos, risos que dividimos. Então fui entendendo que a vida é feita de mudanças e transformações, ao longo dos anos precisamos nos reinventar e nos redescobrir, novas lembranças foram construídas e somaram-se as essas, e assim será sempre, e quão importante é saber que dentro de nós sempre haverá um lugar para guardar com carinho momentos tão especiais como os que vivi aqui. 



sábado, 3 de janeiro de 2015

O medo ainda me habita!

Ano novo, vida nova, página virada recomeço. Isso parece tão clichê para o dia 31 de dezembro, mas a verdade é que me agarro forte nessa esperança de um recomeço. Não é como se tudo fosse mudar no badalar na meia noite, mas é que a mudança já começou dentro de mim quando eu decidi lutar, quando eu procurei me agarrar no fio de esperança que ainda me habitava.
Me sinto só, mas hoje consigo reconhecer o papel que as pessoas têm na minha vida, de certa forma, durante esse ano eu consegui organizar o espaços no meu coração, porém ainda sinto um vazio. Não estou procurando alguém para me completa, pois já entendi que não sou algo que precisa ser preenchido. Procuro um equilíbrio de sentimentos, uma tolerância maior comigo mesma. Acredito que a felicidade não e busca, se conquista dentro de você mesmo, e então, partilha com as pessoas que julga importantes.
Gosto de pensar que 2014 foi o ano do desafio, do desapego, do aprendizado, como se cada momento ruim que passei ao longo do ano estivesse me preparando para o melhor que a vida ainda tem a me oferecer. Talvez tenha sido necessário sentir toda a dor para valorizar a felicidade quando ela chegar.

Mas e o que eu faço com esse medo? Essa palavra tão pequena, mas tão presente na minha vida, meu maior tormento. Mesmo com toda esperança o medo ainda ocupa um espaço muito grande dentro de mim. Tenho medo que o medo me consuma, medo de perder a liberdade para a angustia, medo de não saber o amanhã, medo de sentir medo.