Algumas
palavras acompanham minha personalidade e minha história de vida, ansiedade sem
dúvidas é uma delas. Se por qualquer motivo as coisas saíssem do meu controle
ou não acontecessem do jeito que eu acredito que deveria ser, já é motivo para
uma enorme frustração, então engato a marcha da decepção e encaro o “foi melhor
assim”. Mesmo carregando na maioria das vezes a culpa dentro de mim, eu prefiro
acreditar no final das contas a culpa não foi minha, foi do outro que desistiu
antes de tentar até o final.
Por algum
motivo ainda não reconhecido por mim, sempre encarei a dor como uma punição por
algo errado que eu fiz ou me fizeram, e quando as relações amorosas começaram a
fazer parte fundamental da minha vida a ansiedade se intensificou, como se de
alguma forma eu só me sinta completa no outro, então a busca segue constante e incontrolável,
e as frustrações indicam erro. A ansiedade me leva a emendar uma relação na
outra, pois seguir em primeira marcha é melhor que parar para pensar e esperar.
No instante que uma relação já não dá mais certo, é então, o ponto de partida
para uma próxima, e pode ser qualquer relação, desde que esteja ali, fazendo-me
pensar e ocupar meu espaço de ser querida e desejada.
A verdade é
que sempre tive alguém, alguém que estivesse ali por mim, se dedicando a mim,
na adolescência preenchia esse espaço as consideradas melhores amigas e logo os
namorados. Ficar sem alguém me angustia, e tenho a sensação de que se alguém
não estiver ali por mim ficarei sozinha. E meu maior medo é a solidão. Às vezes
tenho a impressão de que me procuro em outros corpos, como se no abraço do
outro eu pudesse me sentir preenchida de segurança e carinho, como se ter um corpo
para dividir sentimentos é o suficiente para eu estar completa comigo mesma.
Ouvi dizer
que ansiedade é excesso de futuro, e me vejo exatamente assim, com pressa de
viver o futuro, mesmo sabendo que não haverá futuro se não viver o agora. Me
vejo dando passos tão largos que perco o equilíbrio do sentir e viver, e viver
de futuro é tornar o presente um passado em questão de segundos, é sofrer por antecedência
e pouco aproveitar o momento, é viver uma constante espera. Mas a espera do
quê?
Nenhum comentário:
Postar um comentário