Da sala de
espera o mundo girava, uma criança chorava, um bipe constante apitava e minha
cabeça voava, viajando por lugares longes: lembranças.
Da sala de
espera eu pensava nas últimas conversas que tivemos, eu pensava nas conversas
que não tivemos, nas palavras que ficaram no ar. Se eu soubesse que aquele
seria nosso ultimo abraço eu teria apertado um pouco mais forte, eu teria
agradecido pelas tantas coisas boas que compartilhamos. Mas a gente nunca sabe quando
será o ultimo abraço, o último beijo, o último suspiro, então vivemos
arriscando e nos equilibrando nas escolhas e consequências de viver.
Da sala de
espera eu sentia meu coração pulsar mais forte ao lembrar do amor que dediquei,
do amor que recebi e de como isso foi se perdendo ao longo do tempo, de
como te vi mudar, de como te vi me afastar, de como sofri ao sentir que o adeus
estava tão próximo de nós!
Da sala de
espera eu sabia que essa não era uma briga qualquer, eu sabia que tudo estava
prestes a mudar, eu sabia que precisava me libertar, deixar o sentimento voar,
esperar.
Da sala de
espera eu vi minha melhor amiga indo embora da minha vida, e percebi que era um
caminho só de ida. Eu percebi que amizade é muito mais do que compartilhávamos,
eu entendi que um dia vivemos plenamente toda essa amizade, que um dia fizemos
sentido uma na vida da outra, mas que agora o que restou foram apenas migalhas
do que um dia nos povoou. Sendo assim, não adianta insistir, é doloroso, mas é
real: chegamos ao final!
Nenhum comentário:
Postar um comentário