Sempre
pensei que chorar fosse uma espécie de lavar a alma, só que nos últimos tempos
isso tem sido uma constante na minha vida, na minha rotina, chorar, sentir
agonia.
Hoje fiquei
sabendo que algumas colegas de serviço foram demitidas e isso foi o suficiente
para abrir uma pontinha de angustia dentro de mim, não era muito chegada à
elas, mas parece que agora tudo é motivo para essa dor de barriga, essa agonia
no estomago. O pior é não tem com quem compartilhar isso, a única pessoa que me
escuta, me entende é a minha mãe, mas sei que dividir isso com ela está sendo
um peso muito grande pra ela. Na última quarta tive uma crise de choro
muito forte, e acabei falando algumas coisas que não deveria, uma leve vontade
que tive de sumir, de não existir, de morrer! Percebi o medo no rosto da minha
mãe e isso me mata por dentro. Fiquei sabendo que ela fez uma promessa pra Deus
pedido para eu ficar boa, em troca ela pararia de fumar, só eu sei o quanto isso
significa pra ela, então entendo que estava em desespero quando fez esse
pedido.
Estou sendo
um peso para aqueles que gostam de mim! Minha mãe anda trabalhar muito, com
medo de ser transferida de unidade e não bastasse essa preocupação ainda tem
que se preocupar comigo sabe? Uma barbada que não consegue resolver os próprios
problemas? Muito injusto. Não divido isso com meu namorado porque só o vejo aos
finais de semana, não vou estragar nossos poucos momentos com queixas e
lamentos. Algumas vezes ele presenciou ataque de pânico ou de angustia, todas
as vezes soube me dar espaço, me entender e me respeitar. Também não quero ser
uma fonte de preocupação pra ele.
Hoje não
tenho sintomas da síndrome do pânico, tenho uma angustia na barriga, uma dor no
estomago, vontade de chorar, tristeza, não sei explicar. Chorar e escrever
ajudam a me acalmar.
Realmente
espero que um dia alguém possa ler isso, me entender, me ajudar sem se envolver
emocionalmente.
Fico
preocupada sabe? Em breve voltam as aulas, preciso estar bem, equilibrada para
poder exercer minhas tarefas, passar confiança para as famílias e alunos. Como
vai ser se isso continuar? Será que a medicação ainda vai demorar para me
ajudar a melhorar? Tenho lembranças tão boas de quando não tinha que conviver
com isso. Triste. L
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