Eu precisava
dirigir, eu precisava chorar, eu procurava por mim! Olhar para si próprio é o
maior desafio da vida, entender que muitas coisas não dependem de ti, mas
partem de ti. Partem de uma decisão tua, de um ponto lá dentro. O problema é
que na correria do dia-a-dia eu esqueci de mim. Me ocultei atrás de um namoro,
de uma ilusão do perfeito. Não fui sincera comigo mesma, deixei de lado minha
essência e vivi assim por muitos anos, eu acha que era feliz, plena e completa.
Mas depositar sua felicidade em uma única coisa é a maior roubada. Nada nem
ninguém merece a responsabilidade de
carregar essa tarefa. Só que o tempo se encarrega de tudo, e chega uma hora que
não tem como fugir, e nessa hora tu tem que te encarar de frente, sem medo. É
tão difícil ter que se encarar, descobrir que o perfeito não existe, lidar com
tudo que está dentro de você: alegrias, medos, traumas, amores, dores,
lembranças, cicatrizes, emoções, sentimentos...
Enquanto eu
dirigia eu pensei sobre tudo que sei de mim mesma, mas pensei principalmente
sobre o que não sei. Estou vivendo o desafio de me descobrir mulher, não mais
uma garota. Vou confessar que está sendo doloroso, por que tem momento que
simplesmente tu não sabe para onde ir, por que caminho andar, que rumo seguir...
acho que por isso a necessidade de dirigir, para me sentir em movimento, olhar
para fora e ver que mesmo parecendo o mesmo caminho tudo aos poucos vai se
modificando. Nasce uma planta, constrói-se prédios, pinta-se as casas, abre um
estabelecimento comercial, assim como morre uma árvore, derrubam uma casa,
poluem o rio, envelhece a fachada. É o mesmo lugar, mas é diferente! E acho que
é assim comigo também, sou eu, mas diferente, em construção, em processo
constante de mudança e adaptação. Hoje sei que preciso encarar quem eu sou para
me completar comigo mesma, sem depender de ninguém para depositar os
sentimentos. Mesmo sabendo disso ainda me desvio nesse caminho as vezes, ainda
dói tanto que as vezes fica difícil manter a razão, as vezes é muito difícil
manter o equilíbrio. Ou vi dizer que viver é um eterno rasgar-se e remendar-se,
talvez seja mesmo!
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